Quando o Mundo Chama Você de Vencedor, Só Quero Chorar

Lembro-me de estar sentada no meu apartamento em Manhattan na terça-feira à noite — chuva batendo na janela, fones nos ouvidos, olhos fixos na tela brilhante. Meus dedos pairavam sobre o teclado enquanto via outra vitória ‘Flama Dourada’ aparecer no painel.

O jogo chamou de triunfo. A comunidade comemorou: “Rainha do Pátio!”

Mas dentro? Silêncio.

Não foi alegria. Foi exaustão.

Como alguém que já aconselhou adolescentes com ansiedade e agora estuda comportamento de jogadores online no ReFGB, reconheci esse paradoxo: celebramos vitórias digitais como se fossem conquistas reais — mas e se forem apenas rituais para sobreviver à solidão emocional?

O Ritual da Vitória: Uma Solidão Disfarçada

Em Chicken Fighting, os jogadores não apostam apenas moedas — apostam sua identidade. Cada vitória é um sinal: ‘Você importa.’ Mas quando você está sozinho à meia-noite, navegando pelas tabelas enquanto sua família dorme em São Francisco e seus amigos já estão adormecidos ou perdidos em suas próprias vidas…

Essa vitória parece vazia.

Vi isso muitas vezes — histórias de usuários do nosso fórum:

“Ganhei R$800 hoje. Mas chorei depois porque ninguém me viu fazer isso.” “Postei minha tela… ganhei 3 curtidas. É mais do que minha mãe me deu hoje.”

Estes não são fracassos. São sinais.

Porque Jogamos Quando Já Estamos Feridos?

Há um contrato invisível entre jogadores e plataformas: jogue duro → ganhe → sinta validação → repita. Mas o que acontece quando a validação vira dependência?

A psicologia diz que os picos de dopamina ao vencer podem ser terapêuticos — para quem carece de reconhecimento no mundo real. Para mulheres jovens especialmente — que aprendem cedo que suas vozes são mais fracas — a arena virtual oferece permissão para gritar alto.

Mas aqui está o perigo: confundimos visibilidade com pertencimento. Quando Sofia do Rio se chama “Campeã Flama Dourada”, ela não quer dizer apenas que ganhou apostas — quer dizer que finalmente se sentiu vista. The problema? Esse sentimento dura só até a próxima derrota… ou pior, até ninguém mais se importar novamente.

O Preço de Ser Visto (Mas Não Conhecido)

Adoramos jogos dados por dados — probabilidades, estatísticas, guias estratégicos — mas raramente perguntamos: Precço humano? Peso mental de jogar não por diversão… mas porque precisa provar que existe? Um estudo do MIT Media Lab mostrou que 68% das gamer femininas entre 18–24 anos relataram-se mais esgotadas emocionalmente após séries de vitórias do que após derrotas — porque esperavam aplausos… mas receberam silêncio em vez disso. The ironia não passa despercebida para mim. The mais alto você grita… mais silencioso seu coração fica.

Reescrevendo o Jogo De Dentro Para Fora – Uma Vitória Diferente –

durante meu tempo liderando iniciativas de bem-estar mental em comunidades gamers, iniciou-se perguntando aos jogadores: Pense que não há leaderboard. Nem prêmios. Nem fama. Pense que tudo o que você recebe é dez minutos onde sente algo real — mesmo sendo tristeza ou quietude— porque alguém mais também está fazendo exatamente isso agora… pause… respire… depois clique ‘iniciar’ novamente— não para provar nada—mas porque quer sentir-se vivo novamente, even if only for thirty seconds. The real victory? Not beating others—it’s showing up as yourself, in full vulnerability, on a screen lit by rain outside, as someone else does too, somewhere far away, in silence too, yet somehow together.