Não Sou Viciado em Jogos

Antigamente pensava que jogar era sobre vencer. Agora sei: é sobre sobreviver. Na cozinha puertorriquenha, dançávamos ao ritmo da vida; no sótão irlandês, o silêncio ensinou-me que a sorte não é aleatória—é calculada. Algoritmos não rolam dados. Eles leem seu batimento.

Num loft acima de Manhattan, cada ‘vitória’ é um ponto de dados—92% de RNG limpo, sem trovões míticos, apenas métricas na escuridão. Jogadores chamam isso de ‘diversão’. Eu chamo de luto envolto em engajamento.

O sistema não recompensa. Ele treina.

Cada giro é um micro-ritual: uma pausa entre respirações, um lampejo de esperança antes da próxima perda. O ‘bônus’ não é grátis—é emprestado da sua economia de atenção. A ‘VIP tier’? Uma assinatura silenciosa ao seu eu desfeito.

Vi as crianças rolar feeds às 2h—postando capturas como orações. ‘Eu venci novamente!’ eles escrevem. Mas ninguém pergunta: Quando foi a última vez que se sentiu sequestrado por este mundo?

Nós não jogamos games. Nós aprendemos a estar sós—in código, in ritmo, in silêncio.