Por Que Jogos Falhados São Mais Valiosos Que Sucessos na Criação de Jogos

Confesso: já passei noites olhando para um projeto no Unity que travava ao lançar — novamente. Não porque fosse ruim, mas porque queria ser outra coisa. Como desenvolvedor que criou dois títulos no Steam e experimentou tecnologia de rastreamento de olhos em VR antes da moda, aprendi uma verdade: os jogos mais valiosos não são os que venceram — são os que falharam bem.

O Mitoc do Lançamento Perfeito

Ensina-nos a buscar a perfeição. Mas a criatividade verdadeira floresce no caos. Meu primeiro protótipo — um jogo épico sobre batalhas mitológicas inspirado nos deuses gregos — tinha trilha sonora grandiosa, iluminação dinâmica e física personalizada para criaturas aladas… mas os jogadores continuavam caindo pela mapa.

Fracassou espectacularmente.

No entanto, dentro desse fracasso havia ouro: descobrimos como o engajamento emocional cai quando o controle parece escorregadio — algo que nenhum teste de usabilidade poderia prever até o sistema ruir sob pressão.

Fracasso como Dados, Não Derrota

Na psicologia, chamamos isso de dissonância cognitiva: quando as expectativas colidem com a realidade. No design de jogos? Essa colisão é onde os avanços acontecem.

Criei um sistema de combate ‘mindful’ onde os jogadores precisavam respirar devagar para carregar ataques — baseado em pesquisas reais sobre biofeedback. Nunca foi lançado. Mas os dados mostraram que 87% dos testadores se sentiram mais presentes durante o jogo do que com qualquer outra mecânica testada.

Sim, falhou comercialmente. Emocionalmente? Funcionou demais.

O Valor Real dos Protótipos Quebrados

Aqui está algo raro: as melhores ideias surgem frequentemente de sistemas feitos para falhar.

Quando você cria um sistema assimétrico onde um jogador controla o tempo e outro luta com venda nos olhos (sim, fiz isso), você não está fazendo um jogo — está testando limites humanos. Quando seu rastreamento manual em VR trava no meio da demonstração porque os usuários se movem muito rápido? Isso não é erro; é feedback sobre intuição física.

Esses não são erros — são experimentações com consequências reais.

Lições Dos Meus Próprios Projetos ‘Falhados’

even se não foram publicados ou financiados, cada um me ensinou algo crucial: calibragem do loop principal; percepção do tempo; desenhar para emoção acima de mecânicas sozinhas.

todos os projetos bem-sucedidos atuais estão construídos sobre esses escombros — a estrutura invisível por trás de cada lançamento suave.

tenha coragem: sua próxima ideia pode estar errada — mas se fizer as pessoas sentirem algo, já venceu.